sábado, 30 de outubro de 2010

Tenho “obesidade informativa”. O que faço para superar este vício?


Leia menos, mas leia sempre!

Gosto de lê muito, por isso estranho a temática deste meu texto. Afinal, como você acompanha os meus textos pelo blog, artigos e livros também há de estranhar, porque sou um incentivador da leitura.
Na verdade, o alerta deste texto é para uma ‘doença’ que tem atingido muitas pessoas e que pode ser chamada de ‘obesidade informativa’.
Inicialmente, não vou entrar no mérito da informação obtida pela televisão, que muitas vezes nos acorda, nos acompanha no almoço e nos diz: “boa noite”, enquanto adormecemos com ela ligada. Indiscutivelmente, a televisão é o maior fornecedor de informações – boas e ruins – ao homem do século XXI. Mas desta vez vou abordar apenas a informação escrita.
Você sabia? Que na edição dominical do jornal New York Times (EUA) contém cerca de meio milhão de palavras. Ou seja, se alguém conseguisse ler cerca de 300 palavras por minuto, levaria quase 30 horas – ininterruptas – para consumir todo o jornal (o que não quer dizer entendê-lo). Afirma-se, também, que a edição de domingo contém mais informação do que um cidadão culto do século XVII receberia em toda a sua vida. Isso apenas em um domingo!
Ou seja, embora o incentivo à leitura seja saudável, precisamos tomar cuidado para não cometermos o pecado da gula informativa. Precisamos, assim como devemos fazer com os alimentos para o nosso corpo, escolher leituras saudáveis, nutritivas e em quantidade adequada para a nossa mente.
Particularmente, sou um apaixonado por livrarias, bibliotecas e sebos. Criticavam-me dizendo que fazia dos livros o meu refúgio, pois estava me atrapalhando nos meus relacionamentos! Mas, pensando bem, não é verdade que hoje em dia as grandes livrarias são organizadas como gôndolas de supermercados ou vitrines de shopping Center? Atualmente, a figura do livreiro – aquele que orientava a pessoa sobre os bons lançamentos do mercado – foi substituída pelo vendedor simpático que quer empurrar o mais recente Best-seller, que talvez nem ele mesmo tenha lido, mas em breve se tornará a grande sensação do cinema.
A boa leitura produz reflexão, habilita o diálogo, proporciona crescimento interior, gera boas ações, instiga a imaginação e também nos revela a realidade (boa ou má). Um bom livro não merece ser esquecido na estante ou ficar jogado em uma pilha empoeirada. Deve ser emprestado, indicado, comentado.
E, depois, se sobrar tempo e não houver mais nada para fazer, fique na meditação e reflexão. Como afirmava Thomas Merton: “Para que a linguagem possa ter sentido, é necessário que haja, em algum lugar, intervalos de silêncio para separar uma palavra da outra, um pronunciamento do outro. Quem se retira em busca de silêncio não necessariamente odeia a palavra. Talvez sejam o amor e o respeito pela linguagem humana que lhe impõem silêncio”.



Um comentário:

  1. Gostei muito desse texto, pois sou viciada em leitura. Isso talvez por influência da profissão, mas como o texto sugestiona procuro sempre selecionar leituras mais pertinentes para o meu desenvolvimento cognitivo. Parabenizo seu blog que sempre se mostra riquíssimo de informações. Obrigada padre, que Deus o abençoe sempre.

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