O movimento da contra cultura de Herbert Marcuse e outros, no seu momento histórico, foi de grande importância para a sociedade de então, dado a crítica mordaz que o movimento desencadeava contra uma Absolutizada do capital em si, em detrimento da pessoa e de uma coesão social baseada em valores, cuja origem deveria ser as virtudes como os pressupostos de revitalização da sociedade. O impacto transformador nas décadas dos anos 50 e 60 se desviaram da trajetória de mudanças profundas que, em princípio, era positivo. Logo, inicia a desconstrução da cultura vigente, para uma anarquia social, política, econômica e religiosa, com a invasão e importação de seitas norte-americanas para atingir um âmago das culturas latino-americanas: a fé. Isso acelerou o novo projeto de desconstrução que desestabilizaria para sempre o fluir das diversas comunidades. Esse processo, até nossos dias, nunca mais conseguiu fazer os povos latino-americanos encontrar suas identidades e valores, pois, o que restou, o fenômeno da globalização se encarregou de desmantelar. Os primeiros pilares a serem atingidos foram à família, a religião, via meios de comunicação social, a mudança radical na educação escolar e universitária, com a valorização dos cursos de natureza técnica, sem grandes preocupações na formação integral das pessoas e das futuras gerações. Surgem robôs humanos, que no processo educacional foram adestrados para executar tarefas e não a pensar. Pensar é considerado, ainda hoje, artigo de luxo, para desocupados, o que nos torna massa de manobra.
O ABSURDO DO HOMEM CONTEMPORÂNEO EM COLOCAR-SE COMO O CONSTRUTOR DO PRÓPRIO DESTINO
A consequência prática ao homem em ser o articulador do próprio destino, são sequelas de perda do sentido último do ser humano, na desconstrução da atual civilização, pois a mesma, depois de ser envenenada pelas inúmeras ideologias do século passado, hoje, encontra dificuldade em reencontrar o fio condutor que ruma a uma história humana com sentido. Sem um fundamento real e transcendente no desenvolvimento integral do homem e seu mundo, é impossível a pessoa encontrar realização própria, do outro e do mundo. Jacques Maritain (1882-1973) foi um jovem materialista que após uma profunda crise de sentido se converteu à fé cristã e surpreendeu o mundo cristão da época. Entre as obras de Maritain, se destacam o “Humanismo Integral”, publicado em 1936, o “Cristianismo e Democracia”, publicado em 1943, e, em 1951, publicou nos Estados Unidos, “O Homem e o Estado”; todas trazem uma concepção de conteúdo político de grande relevância, que nos pode ajudar ainda hoje a refletir sobre a realidade que vivenciamos nesse momento crucial da história contemporânea. O pensamento de Maritain se funda na adesão à tradição filosófica aristotélico-tomista, assumindo uma postura crítica a toda cultura moderna, sustentando que nessa, falta uma base sólida onde por seus fundamentos. Diz Maritain: “a razão pela razão é impotente para assegurar a unidade espiritual da humanidade” (PRIETO, Fernando. Manual de Historia de las Teorías Políticas. Union Editorial. p.886. Madrid: 1996). Com certeza, ele deixa claro que o conceito antropológico no qual se baseia seu pensamento tem influência do personalismo de Mounier, ou seja, o homem no seu tripé: cognitivo, biológico e espiritual. É interessante perceber que Maritain influenciado pelo tomismo, defende um cristianismo no qual o mesmo deve assumir tudo o que é humano e socialmente significativo para complementá-lo com a participação de valores superiores. É necessário superar os humanismos antropocêntricos sustentados por ideologias liberais, marxistas e imanentes que colocam o homem como criador exclusivo do próprio destino. O resultado dessa postura, a história já provou que seu fim sempre é o fracasso.
URGE SUPERAR IDEOLOGIAS QUE ENDEUSAM O HOMEM COMO CRIADOR DE SI MESMO, POIS, ESSAS, JÁ NASCEM MORTAS.
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