quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Gostaria que o Senhor falasse sobre o Tempo. O que o Tempo?



Fiquei impactado com um pedido de um amigo ontem à noite durante um jantar, com a pergunta me dei conta que estava no tempo. No término de mais um ano e na entrada de um novo ano, são muitos os pensamentos que nos invadem.Vamos refletir um pouco sobre o mistério do tempo.
Já Pascal se interrogava na perplexidade: porque é que, num passado ilimitado e num futuro igualmente sem limites, me coube viver precisamente neste tempo que é o meu?
Se soubéssemos o que é o tempo, também saberíamos o que somos. Volta-se sempre a Santo Agostinho, quando pretendemos meditar sobre o tempo - pergunta: O que é tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei; mas, se alguém me puser a questão e eu quiser responder, já não sei.
Há múltiplas experiências e perspectivas do tempo. Aparentemente, tudo vai e tudo volta. As estações do ano repetem-se, sucessivamente: Primavera, Verão, Outono, Inverno, e outra vez Primavera, Verão, Outono, Inverno... Cada ano, o ano velho despede-se e chega o ano novo. Outra vez. Aí está o mito do eterno retorno, como repetiu Nietzsche: "Esta vida, tal como a vives naturalmente, tal como a viveste, é necessário que a revivas mais uma vez e uma quantidade inumerável de vezes, e nela nada haverá de novo, pelo contrário!"
A flecha do tempo é irreversível. O tempo é voragem, corre e flui, desaparece. Corre do futuro para o passado. O passado passou, o presente vai-se tornando passado, o futuro também ele se vai transformar em passado, de tal modo que temos o passado passado, o presente passado, o futuro passado, como se a história não fosse senão o lugar dos mortos: a curto, a médio, a longo prazo, todos iremos estando mortos. Mesmo a memória tem algo de ilusório, pois, quando lembramos o passado, é sempre a partir do que somos no presente que o alcançamos e vivemos, já diferentes e outros.
Afinal, o que é o tempo, uma vez que o passado já não é e o futuro ainda não é? Só o presente existe, mas, por outro lado, o presente o que é senão esse contínuo trânsito do futuro para o passado, do ainda não para o já não? Indestrutível mesmo é só o passado, pois nem Deus pode fazer com que o que foi não seja e o que aconteceu não tenha acontecido.
É sempre no presente que vivemos, mas projetados para o futuro. Mesmo o passado é sempre iluminado pelo futuro. O que vamos fazendo é em função do futuro, antecipando-nos a nós mesmos. Por isso, não coincidimos nunca completamente conosco: o homem "nunca é o seu próprio contemporâneo" (D. Huisman). Mas, por outro lado, é no futuro que se encontra a morte, é nele que ela nos espera.
Com o tempo, tudo muda. Mas o "eu" transcende o tempo. Pela memória, pela atenção, pela expectativa, o espírito unifica os três modos do tempo numa certa simultaneidade: pela memória, temos o passado no presente; o presente atual temo-lo pela atenção; o futuro torna-se presente enquanto o esperamos.
Depois, o tempo é duração, ritmo. Como poderíamos ouvir uma sinfonia, se assim não fosse? E há aqueles instantes que são tangidos pela eternidade. A eles se referiu Platão, na Carta VII: "de repente", a iluminação da verdade! Qual é o tempo do amor, o tempo da criação, o tempo da liberdade, o tempo da decisão e da urgência? Cá está: há o tempo dos relógios - tempo quantitativo (cronológico) - e o tempo qualitativo (Kairológico).
Por vezes, o tempo acelera; outras, parece parado. Atualmente, na aceleração vertiginosa do tempo, quando se pensa e se é?
Refletindo bem, o tempo não é circular, cíclico, nem pode entender-se de modo exclusivamente linear, pois é linear e entrecruzado, numa rede de relações múltiplas e complexas. Cada modo do tempo tem ele próprio tríplice modo, isto é, um presente, um passado e um futuro, entrelaçando-se. O tempo e a história vivem deste entrelaçamento múltiplo, na constante abertura ao futuro.
Precisamente no quadro deste entrelaçamento, na abertura ao futuro, Deus, que é no eterno presente, é pensável como o Futuro absoluto, isto é, o Futuro de todos os passados, presentes e futuros. Deus enquanto Futuro absoluto consuma a história ao mesmo tempo que a abre ao sempre novo.
Como dizia Anne Russel: "O tempo é o mais interessante instrumento da vida: modifica a natureza, transforma até mesmo as pedras, aplaca a força das tristezas e das paixões. Mas, ao mesmo tempo, é ele que fortalece os sentimentos puros, como a fé e o Amor."

sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal, Jesus nasceu!


O Natal desperta em nós sentimentos e atitudes capazes de nos surpreender: temos esperança no ser humano, passamos a acreditar, mesmo que seja por pouco tempo, que verdadeiramente somos capazes de transformar o mundo num planeta solidário.
Por uma noite, muitos de nós, cristãos do mundo inteiro, nos desarmamos, deixamos de lado as rivalidades, a insegurança com relação ao outro e somos capazes de comer numa mesma mesa.
Não que o Natal seja mágico, somos nós que fazemos um esforço de tolerância, deixamos o egoísmo e o egocentrismo de lado e conseguimos olhar, mesmo que seja um pouquinho, para o outro. A fraternidade acontece, não por milagre, mas por exercício.
Por algumas horas, o menino Deus, de forma real, habita em nós. No compromisso que fazemos de convivência pacífica, está a grande esperança do mundo. A paz está em nossas mãos.

Que a força do Senhor, seja a nossa alegria!

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