domingo, 31 de janeiro de 2010


O artesão da vida
(Uma história sobre a descoberta do infinito amor de Deus por suas criaturas)

Um artesão se encarrega de fazer vasilhas de barro, de louça ou de cerâmica.

Um artesão pode fazer humildes cântaros para portar água fresca como formosos vasos que embelezam os palácios dos reis. Porém um vaso tem mais valor no mercado que um cântaro, porém só no mercado, porque a função prática dos vasos é principalmente decorativa enquanto os cântaros se utilizam para beber água fresca.

Entretanto, nem o cântaro nem o vaso podem existir sem o artesão. O barro misturado com água ou a argila misturada com água, sem a intervenção do artesão, estes objetos não são nada. E Nada sai deles. Os super milagres não existem. Podemos fazer a prova, recolhendo terra misturando-a com água e então amassá-la. Deixamo-la para que repouse, porém não obtemos nada, já que necessitamos das mãos e do engenho do artesão para que estas tomem forma.

O artesão toma este barro em suas mãos e decide fazer um jarro ou um cântaro. Põe a massa no torno e a vai modelando com suas mãos, dando-lhe forma. Suponhamos que o barro ou a porcelana tivessem vida, e pudessem escapar do torno. Acaso não acabariam em nada? Em um montão de terra molhada, que a chuva arrastaria. Porém no torno vão tomando forma e se convertem em um cântaro ou um jarro.

Podemos pensar que já está acabado o processo, pois não, é preciso ainda que o artesão as ponha no forno, na frágua, que suportem a prova do fogo.

Também esta deve ser muito dolorosa, se os imaginamos com sentimentos. E que aconteceria se o cântaro ou qualquer um dos seus companheiros decidissem escapar do forno, da prova?

Quebrar-se-ia na primeira. Não serviria de nada. E seria necessário desfazer-se dele como um traste inútil. Existe um artesão diferente dos demais. Ele tem a particularidade de amar com loucura as suas obras. Elas, à sua vez são livres. E às vezes rechaçam o forno. Inclusive o torno. Quando um destes objetos se quebra, este artesão não deixa o cântaro quebrado, jogado em canto, pelo contrário, o toma de novo, amassando-o no torno não com água, mas com Sangue, com o Sangue do Seu Filho. Porque este artesão é Deus Pai. Seu Filho, Jesus. E o cântaro ou vaso, cada homem ou mulher. O torno, a fé. O forno, a vida.


Os pregos do mau-caráter
(Uma história que nos convida a viver sempre na graça de Deus)
Esta é a história de um jovem que tinha um caráter muito mal. Seu pai lhe deu um pacote de pregos e lhe disse que cada vez que perdesse a paciência, deveria pregar um prego atrás da porta. Rapidamente a porta ficava repleta de pregos. Porém, à medida que ia aprendendo a controlar o seu gênio, colocava cada vez menos pregos atrás da porta. Descobriu que podia controlar o seu gênio, pois a ação de pregar o fazia refletir sobre sua má atitude.
Chegou finalmente o dia em que pôde controlar seu caráter e já não tinha motivo para pregar.
Depois de informar ao seu pai, ele sugeriu que retirasse um prego a cada dia que conseguisse controlar seu caráter. Os dias passaram e o jovem pôde finalmente anunciar ao seu pai que não havia mais pregos que retirar da porta. Seu pai lhe disse:
"Você trabalhou duro meu filho, mas olha todos estes furos na porta. Nunca mais será a mesma. Cada vez que você perde a paciência, deixa cicatrizes exatamente iguais às que você vê aqui. Você pode insultar uma pessoa e retirar o que disse, mas a ferida permanece e o mal se espalha. Uma ofensa verbal é tão prejudicial como uma ofensa física. Agora é preciso trabalhar muito mais para que a porta fique como nova. Você deve reparar cada furo e dificilmente conseguirá que fique como nova".
Não basta deixar de pecar. Deve-se reparar. Tudo pode ser curado com a graça de Deus, mas requer muito sacrifício e reparação. As feridas que o pecado deixa requerem como remédio a cruz.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010


A Bíblia na mão do povo


Necessitamos de uma “mobilização bíblica” para sermos discípulos missionários. Sem Bíblia o discipulado é incompleto. O primeiro passo é ter a bíblia nas mãos. É sobre isso que vamos refletir.

1. Deus tem o livro nas mãos (Ez 2,9). O profeta Ezequiel escreveu que “viu uma mão que segurava um manuscrito” (Ez 2,9). A visão do profeta é extraordinária e catequética. Deus lhe apresenta o livro e ordena ao profeta engolir as Escrituras Sagradas (Ez 3,1-3). Bíblia na mão e no coração, significa ter a bíblia nas mãos, saber abrí-la e interiorizá-la. Deus com o livro na mão faz um gesto altamente simbólico para nós. O lugar da Bíblia não é a prateleira nem a livraria, mas, nossas mãos. Bíblia a preço acessível, à altura do bolso.

2. Jesus tem o livro nas mãos (Apoc 5,1) João evangelista narra que o Cordeiro sentado no trono, tem o livro nas mãos (Apoc 5,8). Jesus na glória tem a bíblia em suas mãos e quer que o livro seja aberto, lido, conhecido. Na glória, Jesus nos indica que a Palavra, chega à sua plena confirmação.

3. O anjo do céu tem o livro nas mãos (Apoc 10,2). João evangelista vê o anjo com o livro nas mãos e ordena que evangelista coma o livro. Eis a lição: ter a Bíblia e interiorizá-la. O anjo simboliza todo aquele que anuncia a Palavra. Ainda mais, a Bíblia é em si um anjo para nós.

4. João evangelista tem o livro nas mãos (Apoc 10,8). Deus manda João pegar o livro. Esta ordem divina é para todos nós. Nosso povo deve ter acesso à Bíblia, ter o livro nas mãos. É o primeiro passo. Aprende-se nadar, nadando. Aprende-se a Bíblia tomando-a nas mãos.

5. Jesus, evangeliza com o livro nas mãos (Lc 4,17). O evangelista Lucas nos mostra Jesus com o livro sagrado nas mãos. Ele abre, lê e interpreta as Escrituras. Este era um costume de Jesus, isto é, participar da comunidade e ter o livro nas mãos para abrir, ler, interpretar, atualizar a mensagem. Esta era uma prática, um jeito, um costume de Jesus.

6. Santo Agostinho tem a Bíblia nas mãos. Em seu livro Confissões,, Santo agostinho conta como ouviu a voz interior que ordenou-o a pegar a Bíblia e lê-la: “Toma e lê”. Caiu-lhe nos olhos o texto da carta aos Efézios (Ef 5,1-7) Agostinho converte-se com a Bíblia na mão. Deus ordena-lhe tomar a Escritura e ler a mensagem divina que recria, refaz, recupera a vida a todos.

7. A religiosidade popular idealizou São Judas com a Bíblia na mão. A imagem de S. Judas Tadeu (e de outros santos e santas) impressiona por ter a Bíblia nas mãos. O próprio povo e a tradição da fé nos indica que com a Bíblia na mão estamos no caminho da santidade e da transformação da Igreja.

8. O Concílio Vat. II pede que tenhamos a Bíblia nas mãos. O Documento Perfectae Caritatis nº. 6 diz: “Tenham todos os dias nas mãos a Palavra de Deus”. Eis um mandamento conciliar, uma ordem da mãe Igreja. É o primado da Palavra que irá rejuvenescer a Igreja.

9. A Pontifícia Comissão Bíblica alegra-se ao ver gente humilde com a Bíblia na mão. Num de seus documentos, a Pontifícia Comissão Bíblica, (1993, IV,C3) se manifesta assim: “É motivo de alegria ver a Bíblia nas mãos de gente humilde e pobre.” Pelo que vemos, a Bíblia na mão do povo é um sopro do Espírito e alegria dos biblistas da Igreja.

10. O Papa Bento recomenda que devemos ter a Bíblia em nossas mãos. Diz o Papa Bento XVI aos jovens: “Tenham a Bíblia ao alcance da mão” (Cf. Osservatore Romano, Ed. Portuguesa, 4 de maio de 2006, pág. 6). Aos Bispos do Brasil, reunidos na Catedral da Sé, no dia 11 de maio de 2207, por ocasião de sua visita ao Brasil, disse o Papa:”é preciso trabalhar com os evangelhos nas mãos”. (cf.Osservatore Romano, ed. Portuguesa, 11 de maio, nº. 5, pág.9) Colocar a Bíblia nas mãos do povo, dos homens e mulheres da Igreja, é agora um ensino pontifício, mas a grande maioria do povo católico não têm acesso à Bíblia. Depois, vem o segundo passo que é o ensino, a compreensão e reta interpretação do texto sagrado. Nossa mobilização bíblica começa com a Bíblia na mão do povo.




quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Meu amigo, meu tesouro

Conhece o pior de mim e me ajuda a mudar.

Um amigo fiel é uma poderosa proteção: “Quem o achou descobriu um tesouro”. (Ecle 6,14)

Como é bom conviver com pessoas com as quais podemos deixar-lhes um pouco de nós e levar um pouco delas, é uma bela experiência marcar o irmão e permitir ser marcado por ele com aquilo que temos de belo e, que é graça de Deus, nossa AMIZADE.

É muito gratificante ter um amigo com o qual podemos sorrir, chorar, discutir e nos reconciliar, para partilhar nossas idéias, e juntos construirmos um ao outro com aquilo que é o nosso sagrado, a nossa história de vida. É bom compreender que o vocábulo “amigo” é mais profundo do que imaginamos; o verdadeiro amigo é o grande tesouro que a maioria das pessoas anseiam ardentemente encontrar.

Vale a pena ressaltar que não posso nem devo viver na superficialidade de uma amizade, é preciso conhecer e dar-se a conhecer, pois o verdadeiro amigo tem a incumbência de ao conhecer o negativo do irmão se disponibilizar a ver além das aparências, pois a própria palavra nos diz: “Os homens vêem a aparência, mas Deus vê o coração.” (I Sm 6,7)

O verdadeiro amigo não é aquele que conhece apenas o melhor de mim, mas o que conhece o pior de mim e me ajuda a mudar. Por isso, é preciso permitir que o outro se sinta livre, pois a verdadeira amizade deve ter no centro Deus e não Eu, visto que só se pode ter um verdadeiro amigo quando o amor vem em primeiro lugar, o amor puro, genuíno e que me leva à santidade. O amigo tem a função de levar o outro para o céu, a amizade verdadeira deve ser sinal de Deus, de cura, de comunhão, alegria, crescimento, escuta, amor e pureza.

Por esta razão, cativemos com maturidade aquele que Deus colocou ao nosso redor – eles são presentes para nós são jóias raras que precisam ser contempladas naquilo que têm de mais precioso e que podem nos oferecer: A verdadeira amizade.

Desejo que você possa experimentar o amor de Deus através da presença de um amigo, sendo livre e permitindo que ele também o seja.

Guarde o seu tesouro (seu amigo) no lugar mais precioso do seu ser, o seu coração, ele merece e você também.

E para aqueles que viveram a experiência das decepções nas amizades, e que indiretamente fizeram votos internos de não mais confiar em ninguém, eu os exorto a viverem um tempo novo, de reconstruir o que foi perdido, de renascer das cinzas como a águia e viver intensamente suas amizades sem que tenham medo de ser felizes. Quando paramos nas limitações do irmão, é porque não tivemos a capacidade e o discernimento de olhar para dentro de nós mesmos e enxergar que o que não gosto no outro é algo que está presente em mim e do que não tenho coragem de mudar, porque nossos irmãos são nossos espelhos.

Posso assegurar-lhes que vale a pena ultrapassar a superficialidade que o mundo nos oferece, deixando de lado os “espinhos” existentes no outro e tendo a sensibilidade de enxergar a “rosa” que há no outro.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Parábolas III A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO

A PARÁBOLA DO FILHO PRÓDIGO

(Evangelho de Lucas cap.15 vers. 11 a 32)


11- Certo homem tinha dois filhos;

12- o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe . E ele repartiu os haveres.

13- Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente.

14-Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade.

15- Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos.

16- Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.

17- Então, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm pão com fartura, e eu aqui morro de fome!

18- Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai, e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e diante de ti;

19- já não sou digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus trabalhadores;

20- E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou.

21-E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.-

22- O pai, porém, disse aos seus servos:

Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés;

23- trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos;

24-porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se

25-Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.

26- Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo.

27- E ele informou: veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde.

28- Ele se indignou e não queria entrar, saindo, porém, o pai procurava conciliá-lo.

29-Mas ele respondeu a seu pai. Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos;

30-vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado

31-Então lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu.

32-Entretanto era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.

Lição que extraímos:

Nesta parábola, o Senhor ensina que uma vida de pecado e de egoísmo, no seu sentido cabal, é a separação do amor, comunhão e autoridade de Deus. O pecador ou desviado é como o filho mais jovem da parábola, que em busca dos prazeres do pecado, desperdiça os dotes físicos, intelectuais e espirituais que Deus lhe deu. O resultado é desilusão e tristeza e, as vezes , condições pessoais degradantes, e, sempre, a falta da vida verdadeira e real, que somente se encontra no relacionamento correto com Deus.

Antes de um perdido vir a Deus, ele precisa reconhecer seu verdadeiro estado, de escravidão do pecado e de separação de Deus. Precisa voltar humildemente ao Pai, confessar seus pecados e estar disposto a fazer tudo quanto o Pai quiser. É o Espírito Santo quem convence o perdido pecador da sua situação pecaminosa.

A descrição que Jesus faz da reação favorável do pai, diante da volta do filho, ensina várias verdades importantes:

(1) Deus tem compaixão dos perdidos por causa da triste condição deles.

(2) o amor de Deus por eles é tão grande que nunca cessa de sentir pesar por eles e esperar a sua volta

(3) Quando o pecador, de coração, volta para Deus, ele sempre está plenamente disposto a acolhê-lo com perdão, amor, compaixão, graça e os plenos direitos de um filho. Os benefícios da morte de Cristo, a influencia do Espírito Santo e a graça de Deus estão à disposição daqueles que buscam a Deus.

(4) A alegria de Deus pela volta dos pecadores é imensurável.

No versículo 24 – o pai diz: Meu filho estava morto... Perdido- “Perdido” é empregado no sentido de estar perdido em relação a Deus, como “ovelha desgarrada”. A vida afastada da comunhão com Deus é morte espiritual. Voltar-se para Deus é alcançar vida verdadeira.

No versículo 28- O filho mais velho se indigna, O filho mais velho representa aqueles que têm sua religião e que exteriormente guardam os mandamentos de Deus, porém interiormente estão longe d'Ele e dos seus propósitos para o seu reino.

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