quinta-feira, 18 de novembro de 2010

O que Pólis?

Todos vivemos em uma pólis. Originalmente, esse era o nome das cidades-estado da antiga Grécia. Uma organização fantástica para a época. E no berço da pólis nasceu a democracia.
Pólis deu origem a duas palavras muito importantes: politiké e polittikós. A primeira, você já deve ter deduzido, significa. Segundo Marilena Chauí, “os negócios públicos dirigidos pelos cidadãos”. Envolve as leis, o erário público, a defesa e a guerra, a economia e, claro, os serviços públicos.
Todas essas atividades são controladas pelos politikós. Aqui, o óbvio não é real. Embora a tendência fosse traduzir a palavra como “políticos”, na verdade ela significa “cidadãos”. Na época do Império Romano, pólis foi traduzida como civitas, a cidade; politikós virou res publica, ou seja, negócios públicos; e os politikós eram os populus romanus ou cidadãos romanos.
Dessa forma – etimologicamente, pelo menos --, a política deveria ser exercida por todos os cidadãos e não apenas por um grupo. Na prática, nem na democracia grega isso aconteceu. É verdade que havia igualdade de direito e deveres entre todos os cidadãos, e aqueles que se recusassem a exercer seu direito de participação eram moralmente condenados por sua “apatia” ou “idiotia”. A questão era: quem é o cidadão?
Grande exemplo da democracia, atenas tinha cerca de 400 mil habitantes por volta do séculos IV a.C. Porém, estrangeiros, escravos e mulheres não eram considerados cidadãos. Sobravam menos de 40 mil que podiam exercer seu direito (e poder) político.
Ainda assim, a democracia ateniense nos ensina muitas coisas. Uma delas é o ostracismo. Mediante uma votação secreta anual, alguém que ameaçasse a democracia poderia perder seus direitos políticos por isso hoje...
Uma última curiosidade sobre a Grécia Antiga é que os atenienses reuniam-se em tipo de assembleia geral, a ekklesia, que posteriormente deu origem ao termo igreja. Em Roma, esse tipo de reunião recebeu o nome de comitiu, ou comício.
Observando a História, entendo que a política não deve se resumir ao nosso direito de voto. Ela se manifesta em todos os momentos e em todas as esferas. Política significa participação, com certeza alguém a exercerá por nós, muitas vezes com interesses não muito coletivos. Enfim, precisamos votar bem. Mas também precisamos participar mais. Sempre.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Dinâmica de grupo VI

Questões para Debate

1 - Que importância o grupo dá para o uso de dinâmicas?
2 - Por que as dinâmicas facilitam o trabalho coletivo e superam o individualismo?
3 - O que o grupo pode fazer para aproveitar melhor as dinâmicas?


Com dinâmica é melhor

Manter um grupo por mais tempo não é tarefa fácil. Para o jovem crescer no grupo é preciso muita criatividade e uso de recursos que ajudem. Esta, muitas vezes, está adormecida dentro do jovem. É preciso mexer com ela. Despertá-la. Para isso é muito bom usar diferentes dinâmicas de grupo.

A dinâmica ajuda na comunicação com o outro e com o grupo. Ajuda o jovem a dizer a sua palavra, a integrar-se ativamente de maneira consciente, eficiente e crítica. Ela serve para superar as barreiras que impedem a comunicação e a integração grupal. Ajuda a “quebrar o gelo” que torna as relações frias e amargas.

As estruturas sociais favorecem ao isolamento e ao individualismo. Uma boa dinâmica desperta para a solidariedade que vence o egoísmo, vivenciando valores de colaboração e ajuda mútua.

Topando qualidades e defeitos

Através da dinâmica, o jovem pode entrar em contato, igualmente, com suas limitações e defeitos, qualidades e virtudes. Ajuda a superar bloqueios, barreiras e medos. A dinâmica provoca abertura, sinceridade, confiança, colaboração e compromisso. Leva o grupo a um maior trabalho em equipe, ao crescimento dos jovens no grupo e à transformação das relações.

Com a ajuda da dinâmica e da criatividade, o jovem e o grupo são levados a ver a sociedade de uma outra maneira. Busca criar uma sociedade nova, onde as relações são mais justas e fraternas.

Uso de dinâmicas

- Cada participante deve compreender a dinâmica proposta, o objetivo dela e os passos a serem seguidos;
- A dinâmica deve ter uma boa preparação anterior. Deve-se preparar, também, os recursos necessários (ambiente, papel, pincel atômico...);
- No final, uma avaliação é importante.

Uma dinâmica sempre à mão, na hora certa, é um recurso que nenhum coordenador(a) de grupo ou educador(a) deve prescindir. Aqui vai uma sugestão. No uso de dinâmicas, seja criativo(a), entendendo o objetivo do que quer. Estará ajudando para que a vida em grupo seja um processo bacana, dinâmico e alegre, como são os próprios jovens.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Dinâmica de grupo V

A dinâmica promove a participação

A dinâmica de grupo constitui um valioso instrumento educacional que pode ser utilizado para trabalhar o ensino-aprendizagem quando opta-se por uma concepção de educação que valoriza tanto a teoria como a prática e considera todos os envolvidos neste processo como sujeitos.

A opção pelo trabalho com dinâmica de grupo permite que as pessoas envolvidas passem por um processo de ensino-aprendizagem onde o trabalho coletivo é colocado como um caminho para se interferir na realidade, modificando-a. Isso porque a experiência do trabalho com dinâmica promove o encontro de pessoas onde o saber é construído junto, em grupo.

Logo, esse conhecimento deixa de ser individualizado e passa a ser de todos, coletivizado. Ainda tem a qualidade de ser um saber que ocorre quando a pessoa está envolvida integralmente (afetivamente e intelectualmente) em uma atividade, onde é desafiada a analisar criticamente o grupo e a si mesma, a elaborar coletivamente um saber e tentar aplicar seus resultados.

É importante ressaltar que faz parte desse processo a garantia da participação constante de todos os participantes. Só assim todos se sentirão donos do saber alcançado.

Ferramenta importante

A importância da dinâmica no processo coletivo do ensino-aprendizagem não deve ser, no entanto, absolutizada ou subestimada. Sua utilização deve responder a objetivos específicos de uma determinada estratégia educativa, no sentido de estimular a produção do conhecimento e a recriação deste conhecimento tanto no grupo/coletivo quanto no indivíduo/singular, uma vez que a técnica da dinâmica não é um fim, mas um meio - é uma ferramenta a ser usada.

Ao optar pelo uso da técnica de dinâmica de grupo você poderá, através de jogos, brincadeiras, dramatizações, técnicas participativas, oficinas vivenciais e um ambiente descontraído, discutir temas complexos, polêmicos e até estimular que sejam externados conflitos (do indivíduo e do grupo), buscando estimular os participantes a alcançar uma melhoria qualitativa na percepção de si mesmo e do mundo e, conseqüentemente, nas relações estabelecidas consigo mesmo, com o outro e com o mundo.

Enfim, Dinâmica de Grupo é um caminho para educar junto!

Recomendações

Para o trabalho com dinâmica ter um desenvolvimento pleno, é recomendável que os grupos tenham, no máximo, 20 participantes. Isto porém não impossibilita que se faça o uso dessa metodologia educacional em grupos maiores, em congressos, em seminários e outros.

Orientamos que nestes casos o coordenador divida o plenário em subgrupos para o desenvolvimento dos trabalhos e reúna o grupão nos momentos de socialização e de síntese.

Outros recursos que podem ser utilizados em grupos grandes são o retroprojetor, vídeo, exposições dialogadas, além de técnicas de teatro, tarjetas e cartazes.

Em todo início de atividade (encontro) deve ser feito o “Contrato do Grupo”. Trata-se de uma discussão da pauta proposta, definição de normas internas do grupo, formação de equipes de trabalho e distribuição de tarefas. Quando se tratar de uma atividade menor, um debate por exemplo, deve-se definir com o grupo o horário de terminar a atividade, o que será possível realizar, o que já foi preestabelecido, o objetivo da atividade e a metodologia de abordagem.

Dinâmica de grupo V

A dinâmica promove a participação

A dinâmica de grupo constitui um valioso instrumento educacional que pode ser utilizado para trabalhar o ensino-aprendizagem quando opta-se por uma concepção de educação que valoriza tanto a teoria como a prática e considera todos os envolvidos neste processo como sujeitos.

A opção pelo trabalho com dinâmica de grupo permite que as pessoas envolvidas passem por um processo de ensino-aprendizagem onde o trabalho coletivo é colocado como um caminho para se interferir na realidade, modificando-a. Isso porque a experiência do trabalho com dinâmica promove o encontro de pessoas onde o saber é construído junto, em grupo.

Logo, esse conhecimento deixa de ser individualizado e passa a ser de todos, coletivizado. Ainda tem a qualidade de ser um saber que ocorre quando a pessoa está envolvida integralmente (afetivamente e intelectualmente) em uma atividade, onde é desafiada a analisar criticamente o grupo e a si mesma, a elaborar coletivamente um saber e tentar aplicar seus resultados.

É importante ressaltar que faz parte desse processo a garantia da participação constante de todos os participantes. Só assim todos se sentirão donos do saber alcançado.

Ferramenta importante

A importância da dinâmica no processo coletivo do ensino-aprendizagem não deve ser, no entanto, absolutizada ou subestimada. Sua utilização deve responder a objetivos específicos de uma determinada estratégia educativa, no sentido de estimular a produção do conhecimento e a recriação deste conhecimento tanto no grupo/coletivo quanto no indivíduo/singular, uma vez que a técnica da dinâmica não é um fim, mas um meio - é uma ferramenta a ser usada.

Ao optar pelo uso da técnica de dinâmica de grupo você poderá, através de jogos, brincadeiras, dramatizações, técnicas participativas, oficinas vivenciais e um ambiente descontraído, discutir temas complexos, polêmicos e até estimular que sejam externados conflitos (do indivíduo e do grupo), buscando estimular os participantes a alcançar uma melhoria qualitativa na percepção de si mesmo e do mundo e, conseqüentemente, nas relações estabelecidas consigo mesmo, com o outro e com o mundo.

Enfim, Dinâmica de Grupo é um caminho para educar junto!

Recomendações

Para o trabalho com dinâmica ter um desenvolvimento pleno, é recomendável que os grupos tenham, no máximo, 20 participantes. Isto porém não impossibilita que se faça o uso dessa metodologia educacional em grupos maiores, em congressos, em seminários e outros.

Orientamos que nestes casos o coordenador divida o plenário em subgrupos para o desenvolvimento dos trabalhos e reúna o grupão nos momentos de socialização e de síntese.

Outros recursos que podem ser utilizados em grupos grandes são o retroprojetor, vídeo, exposições dialogadas, além de técnicas de teatro, tarjetas e cartazes.

Em todo início de atividade (encontro) deve ser feito o “Contrato do Grupo”. Trata-se de uma discussão da pauta proposta, definição de normas internas do grupo, formação de equipes de trabalho e distribuição de tarefas. Quando se tratar de uma atividade menor, um debate por exemplo, deve-se definir com o grupo o horário de terminar a atividade, o que será possível realizar, o que já foi preestabelecido, o objetivo da atividade e a metodologia de abordagem.

Dinâmica de grupo IV

Técnicas de animação e relaxamento

- Tem como objetivo eliminar as tensões, soltar o corpo, voltar-se para si e dar-se conta da situação em que se encontra, focalizando cansaço, ansiedade, fadigas etc. Elaborando tudo isso para um encontro mais ativo e produtivo.
- Estas técnicas facilitam um encontro entre pessoas que se conhecem pouco e quando o clima grupal é muito frio e impessoal.
- Devem ser usadas quando necessitam romper o ambiente frio e impessoal ou quando se está cansado e necessita retomar uma atividade. Não para preencher algum vazio no encontro ou tempo que sobra.

Técnica de capacitação

- Deve ser usada para trabalhar com pessoas que já possuem alguma prática de animação grupal.
- Possibilita a revisão, a comunicação e a percepção do que fazem os destinatários, a realidade que os rodeia.
- Amplia a capacidade de escutar e observar.
- Facilita e clareia as atitudes dos animadores para que orientem melhor seu trabalho grupal, de forma mais clara e livre com os grupos.
- Quando é proposto o tema/conteúdo principal da atividade, devem ser utilizadas dinâmicas que facilitem a reflexão e o aprofundamento; são, geralmente, mais demoradas.

Litúrgicas

- Possibilitam aos participantes uma vivência e uma experiência da mística, do sagrado.
- Facilitam o diálogo com as leituras bíblicas, com os participantes e com Deus.
- Ajudam a entrar no clima da verdadeira experiência e não somente a racionalização.

Dinâmica de grupo III

Perguntas e conclusões: Que permita resgatar a experiência, avaliando; o que foi visto; os sentimentos; o que aprendeu. O momento de síntese final, dos encaminhamentos, permite atitudes avaliativas.

Técnica quebra-gelo

 Ajuda a tirar as tensões do grupo, desinibindo as pessoas para o encontro.
 Pode ser uma brincadeira onde as pessoas se movimentam e se descontraem.
 Resgata e trabalha as experiências de crianças.
 São recursos que quebram a seriedade a vontade das pessoas.

Técnica de apresentação

 Ajuda a apresentar-se uns aos outros. Possibilitando descobrir: quem sou, de onde venho, o que faço, como e onde vivo, o que gosto, sonho, sinto e penso... Sem máscaras e subterfúgios, mas com autenticidades e sem violentar a vontade das pessoas.
 Exige diálogo verdadeiro, onde partilho o que posso e quero ao novo grupo.
• São as primeiras informações da minha pessoa.
• Precisa ser desenvolvida num clima de confiança e descontração.
• O momento para a apresentação, motivação e integração. E aconselhável que sejam utilizadas dinâmicas rápidas, de curta duração.

Técnica de integração

- Permite analisar o comportamento pessoal e grupal. A partir de exercícios bem específicos, que possibilitam partilhar aspectos mais profundos das relações interpessoais do grupo.
- Trabalha a interação, comunicação, encontros e desencontros do grupo.
- Ajuda a sermos vistos pelos outros na interação grupal e como nos vemos a nós mesmos. O diálogo profundo no lugar da indiferença, discriminação, desprezo, vividos pelos participantes em suas relações.
- Os exercícios interpelam as pessoas a pensar suas atitudes e seu ser em relação.

Dinâmica de grupo II

Uma técnica por si mesma não é formativa, nem tem um caráter pedagógico. Para que uma técnica sirva como ferramenta educativa libertadora deve ser utilizada em função de temas específicos, com objetivos concretos e aplicados de acordo com os participantes com os quais esteja trabalhando.

Os elementos de uma dinâmica:

Objetivos: Quem vai aplicar a dinâmica deve ter claro o que se quer alcançar.

Materiais-recursos: que ajudam na execução e na aplicação da dinâmica (TV, vídeo, som, papel, tinta, mapas...). Outros recursos que podem ser utilizados em grupos grandes são o retroprojetor, exposições dialogadas, além de técnicas de teatro, tarjetas e cartazes.

Ambiente-clima: o local deve ser preparado de acordo, para que possibilite a aplicação da dinâmica (amplo, fechado, escuro, forrado, coberto...), onde as pessoas consigam entrar no que está sendo proposto.

Tempo determinado: Deve ter um tempo aproximado, com início, meio e fim.

Passos: Deve-se ter clareza dos momentos necessários, para o seu desenvolvimento, que permitam chegar ao final de maneira gradual e clara.
Número de participantes: ajudará a ter uma previsão do material e do tempo para o desenvolvimento da dinâmica.

Dinâmica de grupo I



As dinâmicas são instrumentos, ferramentas que estão dentro de um processo de formação e organização, que possibilitam a criação e recriação do conhecimento.

Para que servem:

 Para levantar a prática; o que pensam as pessoas, o que sentem, o que vivem e sofrem.
 Para desenvolver um caminho de teorização sobre esta prática como processo sistemático, ordenado e progressivo.
 Para retornar à prática, transformá-la, redimensioná-la.
 Para incluir novos elementos que permitem explicar e entender os processos vividos.

As técnicas participativas geram um processo de aprendizagem libertador porque permitem:

 Desenvolver um processo coletivo de discussão e reflexão.
 Ampliar o conhecimento individual, coletivo, enriquecendo, sue potencial e conhecimento.
 Possibilita criação, formação, transformação e conhecimento, onde os participantes são sujeitos de sua elaboração e execução.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

A dificuldade de Perdoar os pais.


Certa vez, não lembro onde, a frase “Errar é humano, perdoar é divino”. Eu concordo plenamente.
Deve existir uma ponte entre a visão do mundo da psicoterapia e a visão do mundo que nasce das correntes espirituais. A psicoterapia sustenta que, para uma pessoa amadurecer, ela precisa atravessar a dor da infância, enquanto as tradições espirituais afirmam que ela precisa transcender as emoções negativas e cultivar as emoções positivas, como o amor e o perdão. Se levarmos em consideração as mais recentes novidades nos estudos da psicoterapia, poderemos ver que uma ponte entre estas duas realidades já está sendo construída.
A esse respeito, o estudioso Jeremy Holmes escreveu uma coisa que poderia responder à sua pergunta. Ele explicou que, em psicoterapia, chegar a uma relação harmoniosa entre as gerações implica três etapas diferentes. A primeira consiste em nos conscientizarmos dos modos em que os sentimentos e o comportamento atuais são ditados pela experiência passada. Pode ser doloroso para nós, sobretudo se as influências do passado tiverem raízes profundas. A segunda fase consiste no fato de diferenciarmos a nós mesmos daquilo que podem ser as influências externas. Nesse estágio pode-se experimentar raiva em relação aos pais e protesto existencial. Muitos pacientes esperam que, com a ajuda da psicoterapia, poderá emergir um novo “eu”, são e salvo, livre do passado. Mas esse projeto poderá ter sucesso só em parte. Nós somos feitos pelo nosso passado. Não existe ninguém que se faça a si mesmo.
A terceira etapa consiste em dar-se conta de que também os nossos pais – que criticamos com tanta aspereza – são o resultado da própria história pessoal. Quando o paciente compreende isso, ele se dá conta de que, se as coisas tivessem sido diferentes, ele não teria vindo à existência. A esse ponto ele pode começar a perdoar os seus pais, a participar do sofrimento deles e, por fim, a ser grato por eles o terem colocado neste mundo mesclado de alegrias e de sofrimentos.
No fundo, trata-se decidir acolher a si mesmo e os outros. Uma decisão que leva à liberdade e à serenidade interiores.







terça-feira, 9 de novembro de 2010

Gostaria muito de ser ajudado, pois, sofro da auto-suficiência precoce.


Se você é perfeccionista, deve entender como é difícil falar essa palavra “errei”! E nem precisa ser dita para outras pessoas. O mais difícil é admitir os erros para nós mesmos! Mas o reconhecimento dos erros é uma das marcas da humildade.
O paradoxo é que, quando queremos ser reconhecidos como humildes, já temos um problema. Afinal, se buscamos ser reconhecidos por algo que somos, a humildade já ficou obscurecida pela necessidade do reconhecimento.
Quando admiramos pessoas que notoriamente são tidas como antônimos da arrogância, do orgulho ou da altivez, muitas vezes vemos pessoas que “fugiram do mundo” e dos holofotes. Largaram o conforto e buscaram alcançar seus ideais na pobreza, junto aos excluídos, mas sempre no anonimato.
Voltando ao tema, a sociedade da informação rápida e incoerente quando, ao mesmo tempo em que não admite erros, é permeada por eles. Basta acessar os sites de notícias. Na ânsia em ser a primeira a divulgar um fato, pouco importa à mídia se ele foi devidamente apurado e checado. É a era do “se estiver errado, depois consertamos”. Só que muitas vezes esse “depois” nem é cumprido.
Enquanto isso, nós somos assolados pelo peso não poder errar, ao mesmo tempo em que buscamos ser os melhores. Afinal, quem é o melhor não erra. Apenas os melhores alcançam os melhores postos. Só os melhores vencem na vida. Confesso que pensei assim durante grande parte da minha vida.
Mas, dias atrás, ao pensar enquanto é praticamente impossível ser o melhor em tudo, em quanta decepção, depressão, sentimento de inferioridade tudo isso causa, me veio à seguinte frase: “Eu não preciso ser o melhor. Eu preciso ser o melhor que eu puder ser”. Foi libertador.
O que isso significa? Que precisamos admitir que cada um de nós temos nossos limites. Ás vezes, mesmo que eu me esforce e faça o melhor, alguém pode ser melhor que eu graças à sua qualificação ou aptidão.
Não podemos nos acomodar. Mas, se eu cheguei ao meu limite, preciso me contentar e admitir as minhas incapacidades. A começar pela incapacidade de admirar quem é melhor, preciso, aprender com ele, ajudá-lo nas incapacidades que ele certamente tenha em outras áreas. Mesmo que ele, como acontece muitas vezes, seja arrogante.
Ou seja, a lição é igual para todos. Se somos muito bons em alguma coisa, precisamos exercitar a humildade. Se não somos os melhores, também, afinal ninguém é infalível.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Eu amo a Igreja Católica



1. Amo a Igreja – porque nela encontro Jesus Cristo. Sei que ele não está exclusivamente nela, mas sei que onde está a Igreja está o seu fundador Jesus.

2. Amo a Igreja – porque ela está onde estão os batizados. Se sobrasse um único batizado sobre a face da terra, ele sendo Igreja presente no mundo.

3. Amo a Igreja – porque ela, presente na America Latina e no Caribe, optou pelos pobres, não com exclusividade mas de modo preferencial, dando mais atenção a quem precisa mais dela, sem com isso excluir ninguém.

4. Amo a Igreja – porque ela é forte e corajosa na luta contra a injustiça, a ponto de preferir o martírio a ver as pessoas, sejam elas quem forem, sendo exploradas em seus direitos ou ferida em sua dignidade.

5. Amo a Igreja – porque ela respeita e enriquece as culturas com os valores do Evangelho; ela não as destrói porque entende a importância que têm para que as nações, povos e comunidades não percam a sua identidade.

6. Amo a Igreja – porque ela tem consciência de que faz parte da sua missão promover a inclusão dos excluídos, unindo-se a eles para que descubram os talentos e dons em prol do crescimento pessoal e comunitário.

7. Amo a Igreja – porque é católica, isto é, porque é universal, aberta a todas as pessoas, sem exceção, que queiram fazer o Caminho, a Verdade e vida.

8. Amo a Igreja – porque ela não admite o racismo, o pré-julgamente, o preconceito e as demais formas de marginalização que ferem mortalmente o ser humano e clamam aos céus por justiça.

9. Amo a Igreja – porque ela está no mundo sem ser do mundo. Ela não despreza o mundo, mas sabe que o transcende; por isso não se apega a ele e nem o endeusa.

10. Amo a Igreja – porque é defensora e promotora da paz, que é inseparável da justiça. Para a Igreja, a paz é a condição para a unidade na diversidade de culturas e religiões.

11. Amo a Igreja – porque nela me sinto bem, mesmo sendo pecador. A Igreja não peca, mas nós, seus filhos e filhas, pecamos, e nem por isso somos marginalizados. Sempre que queremos retornar a ela, somos acolhidos por Jesus.

12. Amo a Igreja – porque ela é apostólica, tendo sua fonte em Jesus e suas raízes nos doze apóstolos, hoje sucedida pelos bispos, entre eles o Papa.








Viver a Vida... Como posso?


Fiquei surpreso quando esta frase me tocou!

Vivi uma experiência profunda durante uma pregação, em que falava que precisamos viver a vida... Estas palavras me marcaram visceralmente.
Se lhe perguntasse, como você se sente e pensa ao ler este título: Viver a vida... Se pudéssemos partilhar, certamente ficaríamos surpresos as experiências vividas. Podemos, contudo imaginar que alguns podem ter pensado em coisas agradáveis e outros desagradáveis.
Algumas pessoas consideram a vida como dom recebido por Deus, e a vivem com otimismo ou muito realismo, sem desprezarem as dificuldades que lhe são próprias. Para outras pessoas a vida chega ser um fardo pesado que mal conseguem carregar. Perdeu o sentido das coisas, nada dá certo, tudo vai de mal a pior, o que lhe resta é a murmuração e a lamentação, sem querer assumir a culpa procura um culpado pelos infortúnios cotidianos.
Você há de admiti, que viver a vida não seja um mar de rosas, sobretudo em meio a complexidade do mundo globalizado em que vivemos. De fato, muitos se sentem estressados ou, até mesmo, deprimidos.
Em falar de estresse, podemos pensar logo nos fatores de tensão com os quais estamos em contato e, para isso, é preciso uma escala de valores para amenizar o impacto destes fatores em nossa vida.
No entanto, algumas pessoas são mais sensíveis a tais impactos e sofrem mais que outras suas conseqüências. O que não quer dizer que tudo esteja perdido ou que a vida seja, de fato, insuportável.
Posso afirmar que é possível conviver com esta (super)sensibilidade e também com o impacto dos fatores estressantes e depressivos.
Penso que é preciso aprender que a maioria dos acontecimentos cotidianos é resultado de uma realidade complexa e de variáveis que não estão sob nosso controle. A saber, quando caminhamos nas ruas de pé ou de carro. Por mais que estejamos atentos e sejamos cuidadosos podemos sofrer acidentes ou ser assaltados.
Todavia, podemos prevenir para não precisar remediar. Já pensou naquele passeio tão esperado no próximo final de semana? Para diminuir o impacto do estresse é preciso planejar adequadamente: onde, quando, com quem... Que tipo de roupa é preciso levar, onde é que se vai comer, dormir... Isto diminuirá as surpresas desagradáveis que poderão transformar seu passeio num pesadelo.
Em último análise, poderíamos dizer que a expressão viver a vida não pode ser reduzida a uma atitude passiva, entendida como algo que vem de fora e que pode ser bom ou ruim, agradável ou desagradável... Implica muito mais em agir de maneira consciente para produzir e aproveitar o máximo de tudo o que é agradável e para diminuir o impacto dos estressores que nos chegam a cada dia.
Concluindo tudo isto nos diria Thomas Merton: “Isto me escolhe para ser a pessoa que sou e para ocupar o lugar e a função particulares que ocupo, para ser eu mesmo no sentido de escolher tender para o que Deus quer que eu seja, e orientar toda a minha vida para ser a pessoa que Ele ama”.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Existe catarata da mente, que leva à cegueira espiritual?




Há um tipo de catarata, sobre a qual vou escrever que não atinge o olho, mas a mente. Muita gente, com o passar do tempo, perde o foco da vida e fica extraviado, sem rumo, não consegue discernir bem o que acontece ao seu redor. Mistura tudo e fica desfocado, com visão distorcida da realidade. Isso acontece em várias situações. Por exemplo, no mundo dos negócios, veja-se a questão da corrupção, gente se aproveitando de cargos ou vantagens que tem sobre outros, e rouba, recebe propina como se fosse a coisa mais sadia do mundo. Essa catarata faz um mal danado à ética e à moral. Destrói pilares da convivência humana, corrói valores que sustentam o sentido da vida.
Há outro tipo de catarata que é diferente desta, não envolve dinheiro, mas envolve a formação da consciência e do senso crítico. Os jovens são as principais vítimas. Eles, melhor do que ninguém, sabem manejar o mundo virtual. Conseguem muita informação, mas não a transformam em conhecimento; se divertem muito, mas não conseguem transformar as experiências em cultura. Não conseguem elaborar os dados que possuem, dando-lhe significados para sua vida. Permanecem vazios diante da vida, sem saber distinguir o que vale a pena, do que é efêmero.
Há também cataratas que atingem os pais. Estes, sufocados com os compromissos de trabalho ou medo do desemprego, têm pouco contato com os filhos. Ficam sem saber como orientá-los. Não sabem lidar com o mundo deles e facilmente sucumbem diante de suas demandas. Tudo permitem por medo de estabelecer limites, temendo serem vistos como retrógados. Quando as consequências chegam, se perguntam: onde foi que eu errei? Os estresses se acumulam e o desinteresse toma conta, e aí os próprios vínculos familiares se rompem e as separações acontecem com naturalidade, sem avaliar os sofrimentos que isto vai causar a si próprios e aos seus.
Há ainda outro tipo de catarata que atinge o mundo religioso das pessoas. Há tanta proliferação de religiões, em cada esquina tem uma igreja. Cada uma oferece mais vantagem que a outra. Confundem a cabeça com promessas e respostas imediatas para todos os problemas. Deus fica perdido no meio do vozerio e dos milagres que se propagam, e essa catarata ludibria o “crente” ingênuo e desvia a rota da transcendência.
Por isso, fique de olho, cuidado com as cataratas que rondam sua vida; antes que elas se instalem, consulte o bom senso e não se deixe enganar. Assim entendia Thomas Merton: “Quando encontro o mundo no meu próprio terreno, é impossível ser alienado por ele”.










O que eu sou, agora que já cresci?


O Diploma não me fez crescer!

Durante a nossa vida fazemos escolhas. E nem sempre conseguimos seguir o caminho dos nossos sonhos. Quando criança, tive que trabalhar muito para ajudar no orçamento familiar. Depois, optei pelos estudos. No meio do caminho vi que era chamado para algo mais do que sonhava. Cheguei a fazer dois anos e meio do curso técnico de Educação física. Era o que eu queria, mas não fui diplomado.
Foi aí que me tornei funcionário público. A questão da estabilidade, um salário razoável e os sonhos foram para cima da mesa. Depois de alguns anos, colocados dentro da gaveta. Mais um tempo e acho que até coloquei um cadeado na gaveta e escondi a chave, para evitar vê-lo novamente.
Sempre que alguma conversa, algum filme ou até uma música levavam o pensamento para as áreas dos sonhos, surgia um misto de frustração e impotência. Até que um dia Deus se fez sonho nos meus sonhos. Fui para o seminário e desta vez para os cursos de filosofia, psicologia e teologia.
Foi uma experiência muito edificante. Passei oito anos no seminário me relacionando com outros irmãos que estavam vivendo o mesmo ideal. Ficou mais edificante ainda nos últimos anos quando me deixei moldar pela formação que recebia. Enfim, oportunidades surgiram, o contato com as pessoas, pregação, formação e celebração. Um sonho realizado.
Mas será que somos mesmo um pedaço de papel com o nome de um curso e, no alto, a palavra: “Diploma”? Acredito que não. Em todas as experiências que passei nas últimas três décadas, aprendi que o que importa são as pessoas.
Em nossa vida, fazemos parte de diversos círculos de convivência. A família, a escola, aqueles que compartilham a mesma vertente política, social ou religiosa. Muitas vezes, em busca de nossos sonhos, abandonamos todos que nos rodeiam. E, quando finalmente paramos, nos vemos sozinhos.
Fico feliz ao olhar para trás e ver pessoas em quem investi e outras que investiram em mim. Independentemente de uma formação acadêmica, apenas pelo que eu represento como pessoa.
Quando nos perguntam, na infância, o que queremos ser quando crescer, geralmente nos lembramos de profissões. Médico, advogado, professor. Talvez pelo fato de vermos nas pessoas que nos cercam a importância que elas dão ao que são – ou aparentam ser.
Mas, na verdade, deveríamos desejar ser, quando crescer, alguém que valoriza pessoas e não cargos ou títulos. Alguém lembrado pela amizade e não só pelos feitos profissionais. Alguém que saiba mar e que é amado.

Conheça o Padre!

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