segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Orar com Simplicidade VIII

Oração por meio da Igreja

Este é outro elemento essencial de toda oração. Ela é feita na igreja, para a igreja e como igreja. Nada mais fácil de demonstrar hoje que uma sensibilidade comunitária especial nos tem ajudado a revalorizar a dimensão comunitária da oração, seja esta vocal ou mística, em assembléia ou privadamente.

Por causa do batismo e da confirmação, o cristão é consagrado e fortificado publicamente para oferecer na igreja o verdadeiro culto e oração. Toda a sua oração participa dessa consagração sacramental que a torna membro do corpo místico.

Para atuar essa função de oração, não há necessidade de fórmulas oficiais ou aprovadas em particular pela hierarquia. É eclesial, mesmo que não o faça com palavras próprias ou com os movimentos silenciosos do próprio espírito. Este último tipo de eclesialidade foi o que São Paulo mais cultivou: oração em todas as horas do dia, mas vibrando com a solicitude de todas as igrejas.

Eu rezo assim e sou feliz... Se você quer tentar seguir este caminho eu lhe agradeço. Você vai experimentar a verdadeira alegria e a paz verdadeira.

A oração é o único caminho que temos neste século XXI, para tentar salvar o homem de si mesmo e torná-lo novamente consciente de que somente salvando o outro salvará a si mesmo.

Padre Edivânio José

Orar com Simplicidade VII

A oração por meio de Cristo

A crise da oração de que sofrem alguns se deve à perda do mediador. Eles se esqueceram de que Jesus Cristo ora por meio deles de maneira inefável. Perguntam-se assustados: será que Deus me ouve ou não? Será que estou rezando de uma maneira cristã ou estou provocando apenas ruídos artificiais em minha psicologia? Sei que é Jesus Cristo que ora em mim e estou seguro de que Deus o ouve e dialoga de modo filial.
A oração cristã tem o verdadeiro centro em cristo. Por ser expressão principal da realidade teologal, participa de suas propriedades. Pois bem, a comunhão teologal de Deus para com o homem e do homem para com Deus em fé, amor e esperança se verifica em Cristo.
Sempre e onde quer que o cristão ore, ele o faz em virtude de sua incorporação em Cristo pelo batismo e em virtude da presença gloriosa permanente de Cristo, sempre vivo para interceder por nós e conosco (Hb 7,25). Nesse sentido, o Cristão nunca ora sozinho, porque nunca está sozinho.

Oração por meio do Espírito Santo

O impulso que configura a condição cristã vem do Espírito Santo. São Paulo (Rm 8) atribui ao Espírito dois papeis específico na oração: a) o de que o cristão seja consciente de sua condição filial e possa invocar ao Pai; essa é a base e a essência da oração cristã; b) O Pai intercede pelo homem com gemidos indescritíveis e pede para ele o que mais lhe convém, pois o homem não saberia pedi-lo. Em vez de vincular-se à ação do crente que ora e às suas intenções, o Espírito o assume para incorporá-lo e elevá-lo à sua própria ação, tornando-se o personagem principal.



Orar com Simplicidade VI

O que é a Oração

No evangelho, a oração é vivida com uma naturalidade que ao crente moderno não é dado a repetir. Por exigência da análise intelectual e psicológica, por pressão das condições da vida, essa realidade tão simples escapa-se-nos das mãos. Precisamos recompô-la peça por peça.

Os livros da vida espiritual supunham muitas coisas. Eles evidentes e colocados em prática sem que fosse necessário lhes dar maior atenção. Agora as evidências são cada vez menores. Até mesmo para manter viva sua consciência filial, o cristão necessita de argumentos e decisões generosas.

A oração é um dom

A oração, do ponto de vista teológico, é, antes de tudo, um dom: somos filhos! Deus nos falou e nos deu o poder de escutá-lo e de responder-lhe como a um Pai (Jo 1, 12).

A oração é uma graça, um oferecimento de Deus. Evidentemente o homem faz alguma coisa, ele age; mas, para compreender essa ação, é preciso começar pelo final, isto é, em primeiro lugar, com a acolhida favorável da oração. Não pelo final, mas pelo princípio verdadeiro: Deus dirigindo a palavra e provocando a resposte.

O difícil para o cristão não era a prática da oração, mas a crença efetiva de que Deus concedia-lhe o poder incrível de dialogar com Ele e obter suas graças. Enfraqueceu-se na consciência do povo cristão o imenso privilégio que há no fato de poder o homem rezar da maneira como o faz o cristão.

A oração é uma audácia, justificada somente pelo dom divino. Um dom difícil de manter, já que, uma vez ou outra, volta a parecer ao homem incrível que Deus lhe fale e lhe escute com interesse. Vem-lhe a tentação de calar-se não escutar, de não dizer nada a Deus.

Orar com Simplicidade V

Bíblia e oração
Bíblia e oração guardam relações estreitas e benéficas a ambos. A oração dá o clima adequado para oração da bíblia; a bíblia, por sua vez, é o melhor alimento para a oração. “Lembrem-se de que a leitura da Sagrada Escritura deve acompanhar a oração, para que realce o diálogo de Deus com o homem, pois a Deus falamos quando oramos, a Deus escutamos quando lemos suas palavras’(Santo Ambrósio)” (Dv 25).
A bíblia pode e deve converter-se em oração da comunidade e de cada cristão. Por ser palavra de Deus, tem mais força que nenhuma outra para estabelecer o diálogo. Não é somente imaginação ou conjectura do que Deus nos dirá. É o que disse e continua a dizer. Por outro lado, a Bíblia colocou na boca do homem a palavra acolhida. Deus nos ensinou a orar e nos deu o instrumento da oração, assegurando por sua vez a acolhida dela.
Com base na bíblia, devemos organizar os atos sucessivos da oração cristã. Assim nasceram, e nesse contexto encontraram seu desenvolvimento normal: Leitura, meditação, oração, contemplação. Derivam-se uns dos outros por meio de desenvolvimento normal. Com todos os enriquecimentos e amplia o dom que cada um recebeu, mantendo sua mútua relação.









Orar com Simplicidade IV

O cristão que ora

A comunidade foi a expressão mais visível e completa da oração cristã. Todavia, a oração é uma atitude que acompanha o cristão onde quer que ele se encontre, só ou acompanhado, com fórmulas estabelecidas ou com os impulsos de seu coração. A oração é para o cristão um modo de ser.

Há exemplos dispersos pelo Novo Testamento. O mais significativo e desenvolvido é o de Paulo, que insiste na oração constante e, além disso, transmite uma experiência. Tem seu valor especial, porque realizou o seu ideal cristã de fundir a oração viva e a caridade apostólica: é o contemplativo e o apóstolo a um só tempo, ambas as coisas em medida abundante. Converte-se numa verdadeira oração apostólica, no sentido forte de ambos os termos.

São Paulo é um grande mestre da oração cristã. Na vida e na doutrina, ele alcançou a unidade de contemplação e ação, de intimidade com Cristo e de compromisso sem reservas com a obra apostólica. É a isso que aspira em larga medida o cristão de hoje.

No antigo Testamento

A oração toma sua forma plena em Jesus Cristo: Deus fala e se dá como Pai, o homem divinizado pela encarnação é introduzido na família divina, fala e dialoga. Porém, essa oração tem suas raízes na história de Israel.

Tanto Jesus como os apóstolos e a Igreja primitiva utilizaram abundantemente as orações do Antigo Testamento nos atos mais tipicamente cristão. Na oração do Antigo Testamento, observam-se algumas leis fundamentais. Em primeiro lugar sua vinculação com o povo e a história. O conteúdo de seu diálogo com Deus é a manifestação e realização do plano salvífico que Deus opera em meio e por meio do povo. Os temas essenciais da oração são os momentos principais da história salvífica: eleição, libertação do Egito, o caminho do deserto, a aliança, a conquista, o exílio etc. É como base na gama de fatos que o povo de Israel ora. Eles Oe revivem diante de Deus sob a forma de louvor, de penitência, de súplica. Sua oração é a expressão de uma fé arraigada e alimentada na história.

O saltério como expressão máxima de oração é o canto da natureza e da história. Ele faz a criação orar, dotada por Deus de grandeza, beleza, força, voz. Ele faz a história falar, já que “o saltério é a síntese lírica de toda a revelação do Antigo Testamento”.

Orar com Simplicidade III

Ensinamentos de Jesus
Além de ser sua vida, a oração foi tema freqüente de sua pregação e de suas conversas com os discípulos. Impulsionados pelo exemplo, pedem-lhe que lhes ensinem a orar como Ele o faz (Lc 11, 1-4). O que se renova na base da oração cristã é a presença de Cristo nela: é oração de Jesus, e não somente uma imitação. “SE pedirmos alguma coisa a meu Pai em meu nome, ele vos dará. Até agora não pediste nada em meu nome. Pedi e recebereis, para que vossa alegria seja perfeita” (Jo 16, 23-24).

Podemos classificar estes ensinamentos assim:
1. No sermão da montanha, existem indicações abundantes sobre a atitude de oração do cristão e suas expressões externas correspondentes (Mt 6-7).
2. As parábolas ensinam plasticamente e com linguagem figuradas essas mesmas verdades da oração cristã. Sendo as parábolas obra e criação do Senhor, elas adquirem o valor de ensinamentos diretos.
3. Oração realizada que acontece próximo de Jesus. Pedem-lhe milagres e ajuda, dão-lhe graças; uns com fé, outros por curiosidade ou por desprezo. Pelas reações do Senhor, vemos que formas de orar lhe agradam e as que provocam nele desgosto e rejeição.
4. O pai-=nosso é a fórmula por excelência da oração cristã Ele assume todos os requisitos e características do exemplo de Cristo e de seus ensinamentos (Mt 6; Lc 11).
5. Também há no evangelho a oração dialogal, a relação de amizade. O fato mais evidente e o exemplo mais claro é o diálogo de Jesus com a samaritana (Jo 4).
Uma das qualidades com a qual distingue a oração cristã é o caráter secreto (Mt 6,5-6). Não se trata de um segredo material que não permite que ninguém veja ou saiba que o cristão reza. A oração de Jesus freqüentemente ocorre diante dos demais. Tomada literalmente, a norma do segredo pareceria condenar a oração pública, as orações comunitária. O segredo nas palavras de Jesus se opõe à ostentação e ao espetáculo, e não à simples visibilidade. Ao se manifestar aos demais, seu propósito é identificar os cristãos e servir-lhes como testemunho.

Igreja que ora
A comunidade inteira se sente comprometida com a ordem de Jesus de que devemos orar sempre sem esmorecer. É o povo novo, redimido para dar a Deus o verdadeiro culto, para adorá-lo e glorificá-lo comunitariamente, visivelmente, apresentando-se como comunidade que ora. Além do mais, o Novo Testamento nasceu nesse clima de oração e meditação comunitária sobre a vida e as palavras de Jesus.
A primeira imagem que temos do grupo cristão, imediatamente depois da Ascensão, é a da comunidade que ora> “todos eles oravam constantemente na mais íntima união, com algumas mulheres, com Maria, a mãe de Jesus, e com os irmãos dele” (At 1,14). “ Perseverar em oração/”, conforme uma outra tradução, é uma expressão que se repete a proteção da igreja primitiva (At 2. 42; 2, 46-47; 5, 12; 6,4). Essa é a expressão natural de seu ser comunidade, que celebra a eucaristia.

Ora com Simplicidade II


A oração na bíblia

A oração é para o cristão fruto e expressão de sua condição de filho de Deus. Não se encontram na Escritura Sagrada um modelo e ensinamento já dados, e sim a sua própria fonte de oração.

O Novo Testamento conservou a cena frequente de Jesus em oração, seus ensinamentos aos discípulos, a oração das comunidades primitivas, a oração de cada cristão no cumprimento de sua missão.

Jesus como Homem de oração

Jesus era um homem de oração por própria natureza, indecentemente de qualquer intenção de dar exemplo ou doutrina a seus seguidores. Ele viveu a oração como realização constante e espontânea de sua condição filial: é o Filho e encontro expansão de seu ser nas relações com o Pai. Será louvor, ação de graças, petição. Ele passou muitas horas, noites inteiras nessa relação familiar.

Por outro lado, está profundamente arraigada em sua obra apostólica. Ele ora nos momentos cruciais da implantação do Reino; no batismo (Lc 3,21-22), no Tabor (Lc 9,28-35), na eleição dos Apóstolos (Lc 6, 12-13), pela fidelidade de Pedro (Lc 22,32), a “oração sacerdotal” (Jo 17), no Jardim (Lc 22-42), na cruz.

A oração de é manancial de toda oração cristã. O ponto de referência serão as orações de Jesus. Os sinóticos preservaram três de suas orações: exclamação de júbilo (Mt 11,25), Getsêmane (Lc 22,42) e exclamações na cruz. Elas servem também para análise dos textos em que os evangelistas nos falam da oração de Jesus, sem conservar a fórmula: 3 vezes em Mateus, 4 vezes em Marcos e João, 11 vezes em Lucas, o evangelistas da oração.

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