quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

DESCOBRINDO A... PALAVRA MENTIRA

Mentira vem do Latim mentiri, “enganar, dizer falsidade”, de menda, “falha, defeito”. Dizer uma mentira não demonstra um defeito de quem fala? A palavra remendar vem daí, de re-, “para trás, de novo”, mais menda: trata-se de voltar atrás para consertar um defeito. Nem sempre se consegue, mas a intenção é boa.

Muitas pessoas gostam de se intrometer na vida alheia. Esse verbo veio do Latim intromittere, “fazer entrar, admitir”, formado de intro-, “para dentro”, mais mittere, “dirigir, lançar, mover, impelir”. Ou seja, o intrometido gosta de entrar nos assuntos dos outros.

Mentira é o nome dado as afirmações ou negações falsas ditas por alguém que sabe (ou suspeita) de tal falsidade, e na maioria das vezes espera que seus ouvintes acreditem nos dizeres. Dizeres falsos quando não se sabe de tal falsidade e/ou se acredita que sejam verdade, não são considerados mentira, mas sim erros. O ato de contar uma mentira é "mentir", e quem mente é considerado um "mentiroso".

Temos também a intriga, que deriva do Latim intricare, “entrelaçar, emaranhar, embaraçar”, formado por in-, “em”, mais trica, “brinquedo, perplexidade, truque”. Numa intriga os fatos ficam todos enovelados, misturados, e já não se sabe o que aconteceu mesmo e o que foi inventado.

Do Latim também veio maledicência, formada por male, “mal” e dicere, “dizer, falar”. Não é preciso explicar mais nada, né?

Muitas vezes o maledicente não afirma nada, apenas insinua e deixa que a notícia se espalhe, piorando a cada vez que é recontada.

Entretanto, como em todas as questões relativas à vida, também sobre a mentira somente a Bíblia – e não quaisquer "pesquisadores da mentira" – pode nos dar a melhor orientação. Ela nos mostra que a mentira não é um mistério, conforme diz o artigo citado, mas um pecado há muito revelado. A mentira consiste em rejeitar a verdade de Deus. Sobre os mentirosos está escrito: "Pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira..." (Rm 1.25). Por isso a mentira se estende por toda a história da humanidade. Ela é a culpada pela queda do homem e causa de todos os sofrimentos e de muitas lágrimas.

A mentira não tem sua origem na evolução, mas em Satanás – ele é chamado "pai da mentira". O Senhor Jesus Cristo mostrou isso de maneira inequívoca quando disse: "Vós sois do Diabo, que é vosso pai, e quereis satisfazer-lhe os desejos. Ele foi homicida desde o princípio e jamais se firmou na verdade, porque nele não há verdade. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso e pai da mentira. Mas, porque eu digo a verdade, não me credes" (Jo 8.44-45). Assim, o pecado só entrou no mundo por meio da mentira, pois Satanás enganou os primeiros seres humanos através da mentira: "É certo que não morrereis... mas sereis como Deus" (Gn 3.4-5). A realidade da mentira e do pecado em si fala contra a evolução e a favor do relato da Bíblia, de que somos uma criação caída.

Mentir é contra os padrões morais de muitas pessoas e é tido como um "pecado" em muitas religiões. As tradições éticas e filósofos estão divididos quanto a se uma mentira é alguma situação permissível – Platão disse sim, enquanto Aristóteles, Santo Agostinho e Kant disseram não.

Mentir de uma maneira que piore um conflito em vez de diminuí-lo, ou que se vise tirar proveito deste conflito, é normalmente considerado como algo antiético.

Existem pessoas que afirmam que é com frequência mais fácil fazer as pessoas acreditarem numa Grande Mentira dita muitas vezes, do que numa pequena verdade dita apenas uma vez. Esta frase foi proferida pelo Ministro da Propaganda Alemã Joseph Goebbels no Terceiro Reich.

A mentira torna-se uma sátira com propósitos humorísticos quando deixa explícita pelos excessos na fala e o tom jocoso que de fato é uma mentira. Nestes casos é com frequência tratada como não sendo imoral e é bastante praticada por humoristas, comediantes, escritores e poetas.

As mentiras começam cedo. Crianças pequenas aprendem pela experiência que declarar uma inverdade pode evitar punições por más ações, antes de desenvolverem a teoria da mente necessária para entender porque funciona. De maneira complementar, existem aqueles que acreditam que as crianças mentem por insegurança, e por não compreender a gravidade dos seus atos "escapa da responsabilidade apelando para a mentira". Nesse estágio do desenvolvimento, as crianças as vezes contam mentiras fantásticas e inacreditáveis, parecidas com a mentira de Koko, a gorila discutida anteriormente, porque eles não possuem o sistema de referência conceitual para julgar se uma declaração é verossímil ou mesmo entender o conceito de verossimilhança.

Quando a criança primeiro aprende como a mentira funciona, naturalmente elas não possuem o entendimento moral para evitar fazer isso. É necessário anos observando as pessoas mentirem e o resultado das mentiras para desenvolver um entendimento adequado. A interferência da família também é imprescindível para que a criança compreenda através de bons exemplos a forma correta de agir.

A propensão a mentir varia muito entre as crianças, com algumas fazendo isso de maneira costumeira e outras sendo com frequência honesta. Os hábitos em relação a isso mudam normalmente até o início da idade adulta. Nos casos em que esta mudança não ocorre, a psicologia os define como adultos no estágio de infância psicológica.

Alguns veem que as crianças - como um todo - têm maior tendência a mentir do que os adultos. Outros defendem que a quantidade de mentiras permanece o mesmo, mas os adultos mentem sobre coisas diferentes. Com certeza a mentira de adultos costuma ser mais sofisticada, e de consequências maiores do que as contadas por crianças. Boa parte desse julgamento depende se a pessoa conta inverdades diplomáticas, insinceridade social, retórica política e outros comportamentos adultos que são tidos como mentiras.

Uma razão para que a mentira possa persistir como uma estratégia em ambientes sociais é que não é a comparação dos fatos contra alguma noção de verdade, mas em vez disso, a avaliação de se uma traição da confiança aconteceu ou não, que determina a resposta a uma mentira.

2 comentários:

  1. QUE BOM Pe. QUE EU DESCOBRI ESTA PÁGINA SUA. POIS SEUS TEXTOS IRAM ME AJUDAR MUITO NAS AULAS DE CRISMA DA MINHA COMUNIDADE.OGB, PAZ E BEM.

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  2. padre eu vou mim confessar com o senhor em palmares viu, agora ñ mim chame de veia.

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