segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Existe catarata da mente, que leva à cegueira espiritual?




Há um tipo de catarata, sobre a qual vou escrever que não atinge o olho, mas a mente. Muita gente, com o passar do tempo, perde o foco da vida e fica extraviado, sem rumo, não consegue discernir bem o que acontece ao seu redor. Mistura tudo e fica desfocado, com visão distorcida da realidade. Isso acontece em várias situações. Por exemplo, no mundo dos negócios, veja-se a questão da corrupção, gente se aproveitando de cargos ou vantagens que tem sobre outros, e rouba, recebe propina como se fosse a coisa mais sadia do mundo. Essa catarata faz um mal danado à ética e à moral. Destrói pilares da convivência humana, corrói valores que sustentam o sentido da vida.
Há outro tipo de catarata que é diferente desta, não envolve dinheiro, mas envolve a formação da consciência e do senso crítico. Os jovens são as principais vítimas. Eles, melhor do que ninguém, sabem manejar o mundo virtual. Conseguem muita informação, mas não a transformam em conhecimento; se divertem muito, mas não conseguem transformar as experiências em cultura. Não conseguem elaborar os dados que possuem, dando-lhe significados para sua vida. Permanecem vazios diante da vida, sem saber distinguir o que vale a pena, do que é efêmero.
Há também cataratas que atingem os pais. Estes, sufocados com os compromissos de trabalho ou medo do desemprego, têm pouco contato com os filhos. Ficam sem saber como orientá-los. Não sabem lidar com o mundo deles e facilmente sucumbem diante de suas demandas. Tudo permitem por medo de estabelecer limites, temendo serem vistos como retrógados. Quando as consequências chegam, se perguntam: onde foi que eu errei? Os estresses se acumulam e o desinteresse toma conta, e aí os próprios vínculos familiares se rompem e as separações acontecem com naturalidade, sem avaliar os sofrimentos que isto vai causar a si próprios e aos seus.
Há ainda outro tipo de catarata que atinge o mundo religioso das pessoas. Há tanta proliferação de religiões, em cada esquina tem uma igreja. Cada uma oferece mais vantagem que a outra. Confundem a cabeça com promessas e respostas imediatas para todos os problemas. Deus fica perdido no meio do vozerio e dos milagres que se propagam, e essa catarata ludibria o “crente” ingênuo e desvia a rota da transcendência.
Por isso, fique de olho, cuidado com as cataratas que rondam sua vida; antes que elas se instalem, consulte o bom senso e não se deixe enganar. Assim entendia Thomas Merton: “Quando encontro o mundo no meu próprio terreno, é impossível ser alienado por ele”.










Um comentário:

  1. AS VEZES TÃO DISTANTE, OUTRAS, TÃO PERTO.

    PADRE EDIVÂNIO!

    TALVEZ EU DEVESSE TER TRATADO DESTE ASSUNTO ANTERIORMENTE.DE QUALQUER MODO,HOJE ENFIM RESOLVI FALAR UM POUCO,PADRE PERCEBI QUE AO RECEBER JESUS NA EUCARISTIA FICO SEMPRE A ADORAR O SENHOR JESUS.E SEMPRE SENTO NA ULTIMA BANCA DA IGREJA LUGAR DE COSTUME,ENTÃO PERCEBI QUE O SENHOR, AS VEZES PARECE NÃO ESTA ALI NAQUELE MOMENTO, PARECE TÃO DISTANTE.COMO SE ESTIVESSE EM OUTRO LOCAL, NAQUELE EXATO MOMENTO.SEU ROSTO MUDA,COMO SE ESTIVESSE SOFRENDO, OU NÃO SEI EXPLICA REALMENTE O QUE ACONTECE COM O SENHOR, SEI DE CERTEZA QUE O SENHOR E MUITO ABENÇOADO PELO PODER DE DEUS.OBRIGADO POR EXISTIR EM NOSSAS VIDAS. AS VEZES TÃO DISTANTE, OUTRAS, TÃO PERTO.

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