segunda-feira, 1 de novembro de 2010

O que eu sou, agora que já cresci?


O Diploma não me fez crescer!

Durante a nossa vida fazemos escolhas. E nem sempre conseguimos seguir o caminho dos nossos sonhos. Quando criança, tive que trabalhar muito para ajudar no orçamento familiar. Depois, optei pelos estudos. No meio do caminho vi que era chamado para algo mais do que sonhava. Cheguei a fazer dois anos e meio do curso técnico de Educação física. Era o que eu queria, mas não fui diplomado.
Foi aí que me tornei funcionário público. A questão da estabilidade, um salário razoável e os sonhos foram para cima da mesa. Depois de alguns anos, colocados dentro da gaveta. Mais um tempo e acho que até coloquei um cadeado na gaveta e escondi a chave, para evitar vê-lo novamente.
Sempre que alguma conversa, algum filme ou até uma música levavam o pensamento para as áreas dos sonhos, surgia um misto de frustração e impotência. Até que um dia Deus se fez sonho nos meus sonhos. Fui para o seminário e desta vez para os cursos de filosofia, psicologia e teologia.
Foi uma experiência muito edificante. Passei oito anos no seminário me relacionando com outros irmãos que estavam vivendo o mesmo ideal. Ficou mais edificante ainda nos últimos anos quando me deixei moldar pela formação que recebia. Enfim, oportunidades surgiram, o contato com as pessoas, pregação, formação e celebração. Um sonho realizado.
Mas será que somos mesmo um pedaço de papel com o nome de um curso e, no alto, a palavra: “Diploma”? Acredito que não. Em todas as experiências que passei nas últimas três décadas, aprendi que o que importa são as pessoas.
Em nossa vida, fazemos parte de diversos círculos de convivência. A família, a escola, aqueles que compartilham a mesma vertente política, social ou religiosa. Muitas vezes, em busca de nossos sonhos, abandonamos todos que nos rodeiam. E, quando finalmente paramos, nos vemos sozinhos.
Fico feliz ao olhar para trás e ver pessoas em quem investi e outras que investiram em mim. Independentemente de uma formação acadêmica, apenas pelo que eu represento como pessoa.
Quando nos perguntam, na infância, o que queremos ser quando crescer, geralmente nos lembramos de profissões. Médico, advogado, professor. Talvez pelo fato de vermos nas pessoas que nos cercam a importância que elas dão ao que são – ou aparentam ser.
Mas, na verdade, deveríamos desejar ser, quando crescer, alguém que valoriza pessoas e não cargos ou títulos. Alguém lembrado pela amizade e não só pelos feitos profissionais. Alguém que saiba mar e que é amado.

Um comentário:

  1. Infelizmente, nos dias de hoje visamos muito mais o 'ter' ao 'ser' ao escolher nossa profissão. Pensamos de forma errada que aquilo que almejamos na carreira profissional vai nos trazer estabilidade financeira e consequentemente uma vida feliz. E nessa confusão toda, a vida profissional acaba com a pessoal. Esquecemos da família, dos amigos, enfim de ser pessoas que se relacionam com outras. Parabéns, pelo texto! Me fez refletir muito sobre minha vida profissional e, principalmente, na pessoal. E vou continuar refletindo(por que vai ser igual ao retiro de espiritualidade, ainda me pego pensando que preciso nascer de novo, rsrsrsrs)Um grande abraço e que nossa amizade balance, mas não caia! kkkkkkk Te amo, queridão!

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